19 de julho de 2011

Só para este momento não passar em branco


Terça-feira, 19 de julho de 2011, 1h35m, Vitor Rebonato Hernandes, 17 anos, com a página de seu facebook aberta diante de seus olhos, em seu notebook posto sobre seu colo.
Em sua cabeça agora, está passando tudo: seus projetos, seus deveres, suas crenças, seus jeitos e suas caras. Mas tudo passa agora de uma maneira jamais antes sentida e pensada por aquela alma.Os acontecimentos recentes de sua vida não vem influenciar estes devaneios, estes gritos, estes momentos bons e essa falta de calma, que nunca havia corrido e percorrido por todo seu ser, e sim agregar.Outro dia, ouvindo uma pessoa falar, ouvira que, para dar um passo adiante, é preciso ter um start, por mais supérfluo que ele seja, e agora reflete se não é isto que se passa agora. A intensidade vivida ultimamente pode ter lhe acarretado as coisas, sobrecarregado seu consciente e seu inconsciente, acumulando lembranças, afetos e desafetos, por menores que tenha vivido ou presenciado.Nesta hora ele olha pra parede bege e vazia de sentimentos a sua frente, e por um segundo reflete - se ainda é possível refletir no meio deste emaranhado de conexões – pensando se esta parede não é provida de mais sorte que ele, por poder presenciar vários casos e não ser influenciada, ou se quer abalada por isso tudo. Então para novamente, fecha seus olhos por quase um minuto, respirando devagar e cautelosamente, olha para o alto, vê o teto, mas imagina o céu, e pede desculpas por sua momentânea falta de vontade de viver. Em tantos assuntos envolvidos, que passarão rápido ou não, que voarão como um sonho de Ícaro, ou cairão em um lago e se vão como Narciso, ele finalmente da uma pausa e relembra o que vivera. Percebe como foram suas mudanças de acordo com o que melhor lhe convinha, como sua vida fora volátil até aquele momento e continuava se encaminhando para uma volatilidade maior ainda. Então se pergunta: Quem sou eu, afinal? Quais são meus ideais? O que devo levar em conta? Será?Tantos questionamentos, respondidos todos em partes, para um coração que de tanto se proteger de mágoas - mágoas estas que deveriam ser vividas por ele, na visão deste narrador – tanto se proteger do “e se?”, está deixando de viver e aproveitar o que melhor há: a vida.Um que antes era menino, garoto, rapaz, e agora está prestes a cair de uma árvore protetora, parou, pensou, hesitou, e enfim decidiu apagar o que passou, trazendo apenas o essencial do já vivido.

Ele agora se levanta, leva as mãos à cabeça e meche em seus cabelos ralos e loiros, e como num gesto de renovação, abre um leve sorriso de deboche, e decide se abrir ao mundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Os momentos jamis passam em branco, por mais que pensemos etsra sozinhos as vezes, saiba, nunca estamos sós!!!

Mas compartilhe assim tbm de maneira poetica e irreverente seus pensamentos e eles podem se transformar em grandes lições!!

Parabéns!!!!!!