30 de agosto de 2011

De Se Acomodar

Acomodação
Qual nos paralisa
Nos faz escravos de nós mesmos
Rendidos por atos repetidos

Dia-a-dia que nos move é a mesmice
O quadrado das horas nos fixa
O contrário é o mesmo de ontem

A feira de quinta prossegue
Oferece-nos o mesmo tomate amassado
Engolimos então sem questão
Sem vontade de saber

Medo toma desejos
Desejar agora é não saber
Rotina é só mais um dia
Até o próximo, talvez

Mas se enfim gerar
A vontade, quem sabe, despertar
O querer nos bater
E acomodado não mais
Pra quem sabe, viver.

17 de agosto de 2011

Amar é...

Amor, palavra qual a banalização foi feita em bocas várias, espalhadas pelas cidades deste nosso mundo. Palavra qual simboliza algo que, com nossa impertinente ignorância, tentamos explicar através de canções, através de frases ditas da boca pra fora.

Mas afinal, o que é amor? O que é amar? Será que com está forma física que me prende a bens não mais valiosos que sentimentos sou capaz de, ao menos, descrever uma de suas ramificações?

Amor aqui dito, logo se confunde com paixões. Com momentos que passam como o vento num tornado, mas a vida é eterna, e o que vivemos aqui, não! Amar talvez seja lapidar em nossa essência o mais puro dos sentimentos que podemos exalar, demonstrar, sentir e viver. Amar talvez nos traga aquilo que jamais podemos antes almejar, ou se quer presenciar.

Gestos bem cuidados por ensinamentos outrora deixados, neste solo carente de verdadeiros irmãos, podem sair de nossos lábios ao numa tentativa, impactar um outro alguém que nos expecta. Gestos que falamos, mas não sentimos. Gestos que tentamos isoladamente copiar, mas não praticamos. Gestos que representam, talvez, amar.
Logo, ao meu ver, amar é praticar, amar é fazer acontecer, amar é não se abater, amar é viver, amar é...

12 de agosto de 2011

Correm Dedos

Sabe que, ultimamente tenho tido tantas oportunidades e vontades de escrever, de dissertar, não de poemar, mas quando olho pra folha, branca, tão bonita, quase que implorando algumas palavras, não sai nada!
Acho que ando meio travado pelo dia-a-dia. Não que a maldosa rotina paulista esteja prejudicando minha vida, afinal somos o que queremos ser, mas as vezes esse "não sei" me toma, e assim, simplesmente sem nenhuma explicação concreta, minha mão para! Porém se leio alguns dos meus favoritos poemas/poesias, correm os dedos, loucos para deixarem marcas nas folhas brancas e sedentas e versos.
Então, já que não consigo desenrolar minha opinião numa dissertação, o jeito e poemar mesmo...


Correm Dedos

Quando olho a página em branco

Que mira fundo em meu olhar
Posta a minha frente pelo destino
O ato aflige meu pensar

Sensações tocam-me
Pulsações aceleram
Influências tomam-me
A calma rebate em mim

Busco o refuljo
Que encontro a frente
Prendendo-me num inconsciente

Correm dedos sem cessar
Jorram palavras
Que repousam cansadas

Pois que quando a ressaca bate
Como pelica em minha face
A noite se faz cheia

E então desabo em meu desabafo, enfim!


5 de agosto de 2011

Das Vidas.

Das vidas que já vivi
E das vidas que vou viver
O prometido será cumprido
O dito não será esquecido
A palavra não será em vão
E o captado não será desconsiderado

A não ser que o gosto mude,
Como tem de ser,
Da compreensão farei meu reino
Banhando-me no conhecimento
Base da minha discussão

Do propósito não farei desfeita
Da calma me apodero
E na luta serei pequeno
Porém não ingênuo

Pois que na nostalgia do amanhã de manhã
Farei-me forte;
No gosto da amarga tarde,
Encherei o peito;
Para então no brilho da noite
Afastar meus pesadelos,
Que se aproximam em vão

Ela é como quisermos,
A luta, a vida, a manhã, o brilho ou o amargo,
Cabe a mim decidir o que será.