16 de setembro de 2011

Poema Sujo

Li um poema que foi escrito na época da ditadura por Ferreira Gullar, "Poema Sujo", durante seu exílio. Um poema muito interessante (e grande), porém inspirador, principalmente após assistir um vídeo onde o próprio poeta declama metade da obra. Obra esta que me parece um tanto vomitada, escrita em meio agonias de um exilado em tempos de ditadura brasileira.
Depois de ouvi-la e lê-la, escrevi uns versos, estes que estão abaixo do vídeo.


Com vocês, Ferreira Gullar, declamando seu "Poema Sujo".





Sujeira

Amor, calor,
Sinto exalo a paz, o sorriso
Respiro, inspiro, expiro
Se mexo, remexo no irreversível
Olho o ponto que foi, que está
Num onde antes havia o que olhar,
Admirar.

“Pensas o que queres e saia!”
Fica uma vala,
Um buraco se forma enfim
Nem vento nem vazio
Apenas nada
E a vida passa como se já não tivesse
Como se doesse e expressasse
Como se cuidasse do desnecessário

E então no emaranhado corrido
De mensagens profundas, profanas,
Tudo para
Observa-se
Rima-se num poema sujo
Dentre palavras proibidas
(ou será que não?)
E a vida segue dentre solidão e vazios...


Para ler "Poema Sujo" inteiro - http://migre.me/5IfYm




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